segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Refletindo sobre alguns acontecimentos do meu presente, lembrei de um velho e-mail que enviei para meus melhores amigos, tempos atrás (em 30 de novembro de 2006, pra ser mais exata). Uma reflexão que acredito válida para todas as épocas e que me serviu de lição e mudou muito meu modo de ver e agir em relação às pessoas que me cercam. Alguns me responderam, mas um e-mail em especial me chamou atenção: o do Rafael Amâncio. Por isso vou publicar também. Espero que, de alguma forma, isso possa ser útil a quem ler os textos que seguem:  
    Ontem eu me mudei de novo (!), e quando cheguei em casa, precisei arrumar minhas coisas. No meio da "arrumação", reencontrei uma agenda de 4 anos atrás e algumas fotos antigas. E no meio da correria e do barulho (óbvio que eu estava ouvindo música), abri aquela velha agenda e, no momento em que identificava cada nome, cada telefone e cada endereço, um lampejo me fez perceber o quão rápido o tempo tem passado. Quantos daqueles nomes continuam na minha vida e tantos que, embora lhes tenha muito afeto, eu deixei afastarem-se. De repente, dei-me conta de quantas pessoas, quantas alegrias, quantos ensinamentos, horas singelas e quantas outras coisas que gostamos de fazer, ficaram para trás, esquecidas, chances perdidas... enfim, quanta vida o nosso dia-a-dia tem tirado de nós, com nossa permissão. Sempre que começa um novo ano, estamos cheios de esperanças, fazemos mil promessas, mas nem sequer cumprimos o que prometemos no ano que passou. Sempre "recomeçamos" com um saldo negativo. Dei-me conta também de que, quanto mais pensamos saber, menos sabemos, e que, quando se vai recomeçar, tem que ser pra valer. Creio que seríamos mais felizes se atentássemos para o fato de que promessas são só palavras que, sem ação, em nada resultam. Seríamos mais felizes se falássemos menos e agíssemos mais. Que nenhum dia que se foi é possível recuperar, e cada vez o tempo passa mais depressa. Assim, quanto mais deixarmos o esquecimento e o conformismo tomarem conta do que nos é dado, maiores são as nossas perdas. Não deixe de pensar nisso. Pode não parecer importante para você, mas serviu de reflexão para mim, e estou compartilhando.

A RESPOSTA DO RAFA: Cara Aline, Quão singelos e eficazes ensinamentos conseguiste expressar nesta pequena crônica filosófica. Quiçá cada um de nós possa retirar dos mais lacônicos acontecimentos ( como a passada de olhos numa agenda ), estes vislumbres de intenção para a vida e para nossa lapidação. Quiçá possamos descobrir, como o Filósofo da múisca de Jorge Ben, que o belo pode ser simples e o simples pode ser belo. Quiçá possamos compreendermo-nos, antes de compreeender o universo; porque se olharmos dentro de nós, conseguiremos antever as leis desta mesma natureza criadora e arrebatadoramente mística ! Quiçá toda a bondade e toda a beleza seja verdade ! Quiçá Todo o homem e toda mulher possa exercer sua humanidade de forma integral, infinita e irrestrita ! Quiçá o universo se transfigure no pluriverso e cada um de nós connsiga ser pleno em nós mesmos ! Quiçá possamos crer, sentir, extasiar-se e conter-se nesta longa-curta estrada da VIDA.